terça-feira, 4 de setembro de 2012

Texdios 51

Só pra esclarecer
Meu último texto é um engano.
E um equívoco.
Sem mais.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Texdios 50

Sei que não sou a pessoa mais adequada para falar disso;
Sei também que quase ninguém lerá isso.
Mas: foda-se. São uma e meia da manhã e eu bebi um pouco,
Falo sobre o que eu quiser.
A instância do relacionamento é algo bem interessante.
Baseado em minhas próprias experiências
(E nas que venho vendo recentemente de meus amigos)
Posso afirmar categoricamente que namoros são bengalas.
Tudo na vida é passageiro, por que isso seria diferente?
O namoro é uma criação artificial cuja função é
(não a felicidade)
A segurança.
Casais não são instâncias plenamente felizes;
O começo de uma relação é sempre bonito.
Muito sexo, pouca discussão.
Mas chega um ponto em que, naturalmente,
As discussões aumentam.
Até porque, o convívio contínuo com alguém
Faz com que você canse da pessoa.
Ninguém se entende plenamente;
Todos temos hábitos bizarros
E todos nos apegamos à ideia de que
Ter uma pessoa pra foder constantemente
Vale todos os perrengues do mundo.
Precisamos de um novo modelo de relacionamento:
Simplesmente passar um tempo com a pessoa,
Não ter obrigações nesse sentido.
Da mesma forma que você sai com seus amigos,
Mas tem seu tempo sozinho,
Você deve sair com alguém com quem você transe.
Estou um pouco atrasado nesse texto,
Isso tem sido feito cada vez com mais frequência.
Na vida, às vezes demoramos para entender as coisas, fazer o que?
Mas eu precisava oficializar essa realização.
Culpem o divórcio de meus pais,
Mas divorciem-se de ideais falsos,
Da ideia que diz:
Pessoas já se casaram por amor.
Casamento é associado a união de bens desde que o mundo é mundo.
Que fazemos nessa vida, afinal?
O Niilismo do século XXI cada vez fica mais claro... será que é um mal de minha época?
Nietzsche... a negação em seu próprio nome...
Нет...

sábado, 5 de novembro de 2011

Texdios 49

Dê um bouquet a uma dama
Para um bouquet te receber...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Texdios 48

Há uma subcultura dos paciêntes do SUS que esperam seus tratamentos
e batem papos nas filas; é mais respeitado quem tem o maior tumor.
Tumores deformadores são os mais desejados, sendo verdadeiros
representantes de virilidade e poder.
Mas é claro, há uma gradação referente a localização:
um tumor no testículo vale mais que mil tumores no intestino grosso.
Há um quê de nobreza em gônadas gigantescas que servem de cadeira,
estando o paciente sempre confortável durante a espera na fila.
A honra é muito importante nesse meio. Pacientes terminais são ouvidos;
Portam uma sabedoria desmedida sobre tudo que foi e tudo que será.
Não há distinções por classe social, raça ou credo.
Só há distinções por tumores.
A honra máxima é a morte; o sacrifício final.
Há algo que se entender nisso tudo:
Um paciente que se cura é um assassino.
Ele mata seu tumor, acaba com a sua vida, o que é uma ofensa gravíssima
numa sociedade de tumores.
Nesse meio, as pessoas entendem seus papéis de maneira singular.
Elas são meros alimentos, portadoras de algo muito maior.
Cápsulas que carregam consciências que formam uma consciência única
chamada Câncer.
Os que morrem são os grandes heróis que deram o máximo de suas vidas
para que o bem maior fosse atingido.
Pois o que vale é o Câncer,
Algo menos humano
e muito mais do que humano...

sábado, 11 de junho de 2011

Texdios 47

O fim, fim de mim, fim assim;
No branco do marfim,
Acertado erro marcado
O mundo findo, acabado.
Ser; se há de ser assim.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Texdios 46

Quantas vezes já não me peguei escutando
4'33'' no calado da noite, em minha varanda...
A lua olhando pra mim enquanto eu,
Deitado na minha esteira,
A briza em meu rosto
Cantando canções de amor...
Meu coração pulsando,
Dando o compasso do meu pensamento:
Vem o vento, e vem o vento...
Quem disser que não é música
O que escuto nesse momento
É porque é surdo e desatento:
Pois até quem não ouve
Pode escutar música.

Texdios 45

Senti que rolou essa conexão entre nós...
Seus olhos castanhos olharam dentro dos meus;
E nossas peles gritaram
Que queriam ser
Da cor de nossos olhos.
Eu no samba, você no soul:
Cada um buscando a ginga,
O molejo que nossa cor nos nega...

domingo, 1 de maio de 2011

Texdios 44

Me pergunto agora se tudo não passa de uma fuga.
Escrever poesias, contos, músicas; já quis ser grande.
Ser eterno.
Hoje tive a impressão de que só faço essas coisas pra não precisar viver.
Pra que fazer algo se eu tenho a ímpar capacidade de cunhar frases irônicas sobre tudo?
Tem-se o artista por grande...
Finge tão completamente,
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente... de repente a gente entende...

Texdios 43

Às vezes um texto pede pra ser escrito...
Geralmente é de madrugada, fim de festa.
Não sei, me sinto sempre num fim de filme.
Aqueles filmes em que tudo dá errado,
Mas no final o sol nasce e tá maneiro.
Porque a vida é assim mesmo...
Um breve momento onde tudo dá errado
Com um lindo nascer do sol no fim de cada erro.
Taí, tá maneiro.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Texdios 42

BOQUETE
BBOQUET
BBBOQUE
BBBBOQU
BBBBBOQ
BBBBBBO
BBBBBBB
Gulp.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Texdios 41

Só pra passar a limpo,
Começar uma fase nova mesmo.
Shhhhhhuááá, ,shhhhhhuááá....
Capoeira que é bom não cai...

quinta-feira, 24 de março de 2011

Texdios 40

Fazia cinco anos que eu não chorava...
Ontem isso mudou; chorei o que não tinha chorado
Nesses cinco anos de lágrimas de crocodilo.
Não sei se alguém entende o que eu escrevo,
Nem se sobrou alguém pra quem escrever...
Chorei hoje de manhã, chorei de balbuciar.
São momentos... ora racionais, ora emotivos...
Fica a saudade, vontade de estar junto;
O tão perto, mas tão longe...
A gente espera ter significância, sabe?
E no final a gente vê o quão efêmera
Foi nossa influência em alguém
Que importou tanto na nossa vida.
Acho que isso é o que dói mais:
O orgulho ferido.
Pra um insensível
Que não sente a dor dos outros
(Nem é a própria dor)
Nada é pior do que saber
Que não se é uma rocha firme
Onde os outros podem buscar apoio.
Nada pior do que admitir que chorou,
Que chorou o nilo em uma noite;
Que fez dilúvio na manhã seguinte
E que não sabe quando fará chover de novo...

quinta-feira, 10 de março de 2011

Texdios 39

Ultimamente eu evitei falar disso, tentei até me enganar.
Mas não dá, ou eu boto pra fora ou fico maluco...
A verdade é que o carnaval me incomoda, me faz mal.
Não é a folia, não são os foliões. Não é o barulho, não é a confusão...
Nada disso me incomoda.
Se tenho disposição, consigo até me divertir bastante num bloco.
É uma festa da qual eu não participo, não importando onde eu esteja.
Seja numa casa isolada na serra ou no meio de um bloco;
Eu não pertenço ao carnaval.
Quando tento participar a sensação
É a de que estou numa festa onde não conheço ninguém.
Mesmo os conhecidos são desconhecidos...
Quando estou em casa, sinto que todos estão se divertindo
E eu fiquei de fora; Mas eu escolho ficar de fora!
Passo uma semana horrível sem parar de pensar
E pensar sempre nas piores coisas;
Síndromes de pobre coitado, de mal amado;
De várias merdas.
Tudo falso...
Na hora é difícil enxergar.
As pessoas falam de carnaval
E isso me dá um mal-estar físico:
Meu estômago se embrulha, eu perco a fome...
Tudo porque alguém disse
"Não me leve a mal, que hoje é carnaval..."
Só consigo passar bem pelo carnaval me anestesiando.
Seja atirando em alguém num jogo,
Fugindo pra uma fazenda bucólica em Minas Gerais
Ou bebendo até parar de pensar.
Não acho que a festa seja um erro,
Não acho que ela deva parar.
A maioria gosta, não serei eu o chato a reclamar do barulho.
Eu fico na minha e aguento;
Afinal, é só por uma semana...
Mas com certeza é a pior semana do meu ano.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Texdios 38

Às vezes eu abro minhas próprias ideias
E vejo se alguém colocou algo novo lá
Acho estranho nunca estar atualizado
Muito embora seja eu o responsável
Por esse ambiente desértico.
O que eu espero encontrar?
Nada. Eu sei o que vou encontrar.
Mesmo assim, insisto em olhar,
Em buscar algo novo.
Mas nunca há...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Texdios 37

Micropeça em três atos
PRIMEIRO ATO
Blackout; foco de luz no centro, um homem sentado numa cadeira começa seu monólogo
MONTENEGRO: Toda vez que você for se despedir, faz isso como se você soubesse que vai morrer. Desse jeito, quando você morrer de verdade, vai parecer que sabia das coisas e entrar pra história.
Fade Out na luz
SEGUNDO ATO
Iluminação total do palco, dois indivíduos conversam no canto esquerdo.
SILVANA: 'cê acha que pra amanhã consegue gravar o CD pra mim, então?
FABIN: Silvana, eu não sei. Acho que o dia de amanhã não sorrirá para mim... quando o sol da manhã tocar minha carne, ela estará gelada e num leve grau de putrefação. Creio eu já ser alimento de verme, só ainda o não saber. No estado em que se encontra meu corpo, a fina linha entre cadáver e ser vivo já foi rompida tem tempo. Minha mente voa e não atinge o céu... sobrou-me somente o inferno onde caminho; quanto mais voa minha mente, mais meu corpo caminha no fogo.
SILVANA: Ai, pára com isso, Fabin! Todo dia essa mesma baboseira... traz o CD, sem desculpas!
FABIN: (num tom de voz apático) Como você preferir...
Blackout; (Silvana sai de cena) Fabin e Montenegro devem posicionar-se rapidamente no centro do palco, de forma que a luz possa acender o mais rápido possível mostrando-os estáticos, começando a conversar. A cena inteira deve ter tensão sexual intensa.
FABIN: É hoje que você me leva, Montenegro?
MONTENEGRO: Sim, hoje é o dia, como em todos os dias. Só quem se segura é você.
FABIN: É hoje, então. Agora eu tô pronto... Adeus.
MONTENEGRO: Eu encontro com você até no inferno.
Blackout; (Fabin sai de cena) Montenegro e Silvana devem posicionar-se rapidamente à direita do palco, de forma que a luz possa acender o mais rápido possível mostrando-os estáticos, começando a conversar.
SILVANA: Que cara é essa, Montenegro?
MONTENEGRO: (com um olhar distante de quem não aceita a realidade) O Fabin morre-re-re-re-u...
SILVANA: Deixa de palhaçada!
MONTENEGRO: Não faço palhaçada e você sabe disso.
SILVANA: (começando a chorar) Mas... como pode?
MONTENEGRO: Morreu de morte morrida. O coração não quis mais bater; fez tum tum tum feito uma escola de samba e depois parou.
SILVANA: (gritando enquanto cai no chão de joelhos) Fabiiiiiiiin!
Fade out na luz
TERCEIRO ATO
Luz acende vagarosamente; Montenegro está sentado na mesma posição do primeiro ato. Atrás dele, Fabin e Silvana fazem movimentos de dança abstrata apaticamente
MONTENEGRO: Fabin cometeu um erro básico. Ninguém conhecia ele, só a Silvana. A Silvana nunca foi uma pessoa de valor, morreu na bobeira também. Nunca ouviram a história de Fabin, Fabin nunca teve história pra ser escrita. Mas se no fim tudo se acaba, se a morte torna todo o mundo uma ilusão, de que vale viver? Vale mais morrer com estilo do que viver sem razão. Por que não plantar bananeira antes de se jogar da ponte? Se é pra acabar, que seja um gran finale!
O ator deve virar de costas, pegar um revólver que está escondido atrás da cadiera e dar um tiro em sua própria cabeça de forma que sangue e cérebro voem na platéia. Isto não deve ser interpretado, deve ser realizado. O suicídio é crucial para o funcionamento da peça. Fabin e Silvana permancem dançando apáticos enquanto o pano desce.

O FIM.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Texdios 36

Quantas gotas,
Quantas gotas caem
Do rosto sorridente
Da triste atriz teatral...
Lágrimas pecualiares;
Pois não param de cair,
Mas caem em pequenos grupos
Tal qual estivessem sendo
Colocadas por um conta gotas
Numa desmedida medida
Que enche de lágrimas o chão

domingo, 23 de janeiro de 2011

Texdios 35

Apresentaram-me, certa vez,
Um papel branco devoido
De significado.
Disseram-me
Que eu deveria preenchê-lo
Com tudo o que há neste universo
Porém, o que fiz foi o inverso:
O papel de voidado, nada tinha;
Estava cheio de ponta a ponta
Com rabiscos acadêmicos
Irregularmente homogêneos.
Tornei-o o que deveria ser,
Um
Vazio orgânico inexplicavelmente desagradável.

Texdios 34

Eu sou o maior poeta do século vinte e um!
Sei disso pois conheço o filho
Do único psicólogo do Brasil!
E esse rapaz mesmo já me disse:
Maior que você, não há!
Só há poetas menores;
Tal qual aquele poeta
Menor, menor, menor, menor... me
Diga quem conseguir dizer o contrário;
Apresentem-me, pois, um poeta vivo
Maior do que eu -eu -eu;
Que escreverei um poema em sua homenagem
Para mostrar-lhe o que é a verdadeira
Poesia marginal digressista
Altamente eloquente em seu próprio
Ser-se-eu de meu.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Texdios 33

Agora entendo, finalmente,
Porque eu escrevo.
Não é porque eu tenho algo a dizer;
Não é porque eu gosto;
Não e porque os outros gostam:
É porque eu preciso!
Sem criar, sem escrever,
Sei que vou enlouquecer.
Seja música, seja poesia,
Seja noite, seja dia
Seja conto ou romance
Demorado ou de relance;
Basta que seja meu-eu-eu!

Texdios 32

Tem dias que a gente escreve muito
Tem dias que a gente escreve pouco
Tem dias que um nasce defunto
Tem dias que nasce um natimorto
No fundo, no fundo
No fundo, no fundo
No fundo, no fundo
No fundo, no fundo
No fundo, no fundo
Nó fundo, no fundo
No fundo, no fundo
No fundo, no fundo
No fundo, no fundo
No fundo, no fundo
No fundo, no fundo
No fundo, no fundo
No fundo, no fundo
No fundo, nó fundo
Não faz difeeerença.
Importa o tic tac
Tic tac, tic tac, tic tac.
Afinal,
"Meu pai era Relojoeiro;
Quando Einstein descobriu que o tempo é relativo,
abandonou a profissão."

Texdios 31

O mundo anda muito cético,
Precisamos de um sonhador!
Enquanto isso, eu ando na corda bamba.
O século XXI é realista ao extremo.
Ao menos o são todos ao meu redor.
Quero ser essa pessoa que sonha,
Mas enxergo a realidade:
Se sonhar, sei que vou cair.
Tiro os pés do chão,
Logo volto.
Tenho medo da grande queda
Pois enxergo toda sua altura.
Escolho cair enquanto ainda vôo baixo;
Atitude medrosa.
Ou seria sabedoria?
Aguardo o dia em que cairei conscientemente,
Sabendo a queda que me espera e a dor que sentirei.
Nesse dia, aguentarei a queda como JC a cruz.
Morrerei rapidamente para voltar bendito;
Pois é vendo o fundo do poço que se voa com os pés no chão.

Texdios 30

As vezes eu me pergunto
Se eu tenho razão pra escrever.
Se eu tenho o que dizer;
Se eu só me repito.
E isso mesmo, esse questionamento,
Já não o escrevi antes?
"Everything is copy of a copy..."
Cuidado:
A sombra sonda a esquina sutilmente;
Bobeou, fica no escuro.
E esse é o maior mal: A cegueira.
Há quem diga que tem cura...
Espero que sim.
Cegueira sutil...
Você vê, mas escolhe ignorar.
A gente acha que não,
Mas faz muito isso.
A questão não é errar:
É admitir o erro.
Não para os outros!
Para si.
Afinal, é a única pessoa
Que nós realmente podemos enganar.
Os outros estão sempre enganados,
Se enganando.
Se engana achando que é poeta;
Inteligente; especial; criador.
O que estou tentando provar?
Eu sei bem o que é...
Se quero ver ou não,
Aí é outra história...

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Texdios 29

Um texto é tão grande
Quanto seu leitor.
Não importa em nada
O que o autor quer...
Cabe a cada um
Procurar no texto
O melhor que nele há.
Daí vem o problema:
Há os subjetivos
E os objetivos;
Cada um deles
Valorizando coisas opostas.
Há também os mestres:
Aqueles que se adequam ao texto.
Na esperança de melhor entendê-lo,
Deixam-se levar pela sua proposta
Sem preconceitos de forma alguma.
Eu bem que queria ser um mestre,
Achar o que há de melhor em cada um.
Tô bem longe disso.
Eu tenho um preconceito
De formação instantânea,
A capacidade de achar
O que há de pior em cada um.
C'est la vie...
Elle est toujour aussi
Déjà on fait
Au revoir.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Texdios 28

Só pra deixar registrado
Que eu quero desesperadamente
Fazer alguma coisa.
Pois, vou buscar minhas raízes:
Achar o Portugal mago e pessoal;
Brincar um pouco com isso
E depois largar o osso...
Se não vira caricatura
E o trabalho que eu quero fazer agora
Há de ser sério.
Nem Severino,
Nem Sebastião.
Quero lembrar
Como faz pra Claudicar.
Dinminzinzim
Só meud'eueu...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Texdios 27

Tenho comido muito ultimamente.
Andei pensando... por quê?
Pura gula.
Comer é bom pra caralho...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Texdios 26

Escrevinhar uma coisa bonita,
Uma coisa sentida...
Daquelas que tocam o fundo da alma.
Tem tempo já que não escrevo assim,
Só pra você e pra mim...
Coisa nossa, de nós dois,
Que não fala de bobagem.
É que a vida é um pêndulo;
Subjetivo, objetivo...
O segredo é equilibrar,
Parar bem no meio.
Eu ainda não consigo,
Nem sei se vou conseguir...
Mas isso é o de menos.
O que importa agora é você,
Não eu.
E fica difícil escrever;
Eu fico piegas do seu lado.
Falando tudo que já foi falado...
Mas não é por falta do que dizer!
É coisa de só agora entender
O que diziam os grandes dizedores,
Falaram os famosos oradores.
Vou acabar assim, então,
Meio piegas, meio clichê,
Só pra poder dizer
Que eu amo muito,
Muito mesmo, você!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Texdios 25

Você comeu o cu dela, cara?
Pô, não se fala dessas coisas...
Deixa de bobagem, comeu ou não comeu?
Comi.
Por que você fez isso, cara?
Ah, brother... sei lá.
Qual é o apelo de comer um cu?
É que tipo...
Você sabe que tá botando o pau na merda, não sabe?
Tipo, eu já tinha comido minha namorada em todas as posições,
De todas as formas possíveis!
Tentei até comer de cabeça pra baixo,
Mas não rolou.
Daí sobrou o cu...
Exatamente, sobrou o cu.
É que nem no Diddy Kong Racing;
Depois que você terminar o jogo
Você joga tudo de novo só que ao contrário,
pegando os balões prateados.
Comi ela de todos os jeitos que já tinha comido,
Só que comendo o cu.
Você não podia ter sugerido um ménage?
...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Texdios 24

Tudo na vida é aprendizado,
Até debate político brasileiro.
O que eu e aprendi ontem,
Eu compreendi hoje, enquanto caminhava.
É a importância da voz,
Do som, de saber falar.
Agora, preste atenção,
Ouvinte meu, meu irmão,
No que eu vou dizer:
No momento, não me importa
O conteúdo de nossos
Companheiros políticos.
Importa a voz.
O som que eles emitiram.
As pessoas gostam de sons, assim...
Graves. Vozes graves e suaves.
É o primeiro passo pra ganhar uma eleição.
O segundo passo: Ritmo.
Ritmo é muito importante;
Com ritmo você mostra
Que sabe do que está falando.
Martin Luther King Jr.
O cara era puro ritmo,
Um dos maiores oradores da história.
Associada a tecitura da sua voz
E ao seu ritmo interno
Está a dicção.
Ter a capacidade
De falar todas as palavras
De forma que qualquer um
entenda o seu discurso.
Claro, pra que entendam o seu discurso
Você precisa escolher as palavras.
Simplicidade é a escolha certa.
Uma ou outra palavra rebuscada,
Isso vale, mas só pra mostrar erudição.
Mostrar que sabe, sabe?
Quando uma pessoa vê um debate político
E não entende lhufas do conteúdo;
Ela, consciente ou inconscientemente,
Vai votar no candidato
Com a fala mais musical.
Não acho isso um erro!
Você vê: Musicalidade é importante
Pra impor as suas idéias.
Há uma inversão de valores
Onde a caligrafia
É mais importante
Que o conteúdo!
A coisa é:
Ao invés de reclamar disso,
Aqueles que tem conteúdo
Deveriam aproveitar
Essa situação invertida.
Trabalhar a caligrafia,
Aprender a vender seu peixe.
Parece que os acessores
Prepararam mal a música
Dos seus políticos,
Ontem no debate.

É por isso que ofereço,
A partir de agora
E por tempo indeterminado,
Aulas de discurso!
Quem quiser aprender a falar,
Basta ligar!
2248-0085
- 01/10/2010 -

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Texdios 23

Meu bem, você não sabe que eu te amo?
Sei de sabição sabida...
De você me dizer volta e meia
Uma palavra bonita...
Mas saber de ser?
Isso eu não sei...
Amor, essas coisas só se sabe assim:
Sabido sabiado...
E nas épocas da cavalaria?
Dos dragões mortos e promessas...
Dessa época eu deixo a promessa:
Eu abriria mão de todos os boquetes
Do mundo pra poder falar com você.
Abre mão, agora.
Já abri.
Vê que justo agora, me ofereceram
Um boquete bem bacana
E eu recusei,
Pra conversar com você na cama.
Ó, meu amor, qual enorme prova!
De tal, mais não precisava...
Me consome agora, vou te dar uma chupada!
Querida, você me entende, você me entende!
Agora basta abrir o ziper da minha calça e...
Querida?
Onde você vai?
É que a promessa não cumprida,
Deixou aberta a ferida...
Vai-se embora no vento
A donzela fica ao relento...

E nunca mais hão de se falar!
Que fique de lição...
Não cumpra com o que não puder arcar...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Texdios 22

Bonito mesmo, é fazer coisa
Pelos amigos que a gente gosta...
Escrevinhar por escrevinhar,
Só vale a pena com gente pra gostar.

Se não, de que valem os lamentos?
De que vale a conquista?
O bom é dividir,
As dores e as vitórias...

Fazer algo pra alguém
Supera infinitamente
O que eu costumo fazer.
Isso é, escrever pra mim...

Por mais que não saia bom,
Por mais que não saia ruim,
Por mais que seja medíocre,
Batido, cafona, piegas...

Já valeu a pena,
Porque no meu esforço de
Fazer feliz quem eu gosto,
Eu é que me enfelicidei.

domingo, 12 de setembro de 2010

Texdios 21

Nasce uma árvore fremosa
No ar juvenil da primavera.
Cresce forte e exuberante,
Jovem e florida.

No verão, ela pega um bronze.
Fica toda assanhada, se mostrando.
A danada quer arrumar encrenca,
Quer tocar o furdúncio.

O que é isso, câncer?
Nada, é o outono,
Que vem tirar suas folhas,
Prepará-la pras agruras do inverno...

É que no inverno,
A árvore não tem sustento.
Tem de aguentar com o que ela tinha guardado,
Cortar fora o supérfulo.

Renasce uma árvore fremosa
No ar juvenil da primaveira.
Ainda mais forte e exuberante,
Com o espírito mais jovem.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Texdios 20

Tem gente que escreve
Pra todo mundo ler.
A impressão que me dá
É a de que eu escrevo pra duas pessoas.
Já disse que escrevia só pra mim;
Bobéia!
Escrevo pra quem quiser ler...
Mas quem quer ler?
Eu bem sei...
E quem lê,
Quem é que lê o que eu escrevi?
Não o que está escrito,
Mas o que eu de fato escrevi.
Quem é que lê
O que eu quis passar?
(Em oposição
Ao que quer escutar?)

Até onde eu sei,
Só duas pessoas...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Texdios 19

Que mindfuck tenso...
Dizem cá umas coisas,
Dizem lá outras...
E quem tem de dizer,
Eu não digo nada.

É que falar pros outros
Pr'eles fazerem as coisas
É sempre muito fácil.
Mas o que tem de acontecer,
Isso eu tenho de fazer.

Bobéia dizer, Chico tá certo.
Aja duas vezes antes de pensar...
O século XXI é o século da reclamação
O problema é que
Eu só reclamo disso.

E o pior:
O pior é ter insights profundos
Meia noite e vinte,
Um horário onde tudo que você pode fazer é
"Eu vou mudar amanhã."

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Texdios 18

As pessoas são todas muito estranhas...

Ano - 1990; Sentados numa mesa, um grupo de pessoas conversa.
Eles compartilham as experiências inusitadas de suas vidas,
Contam causos de pessoas peculiares que conheceram.
Tia Laís, por exemplo, que era gorda e desastrada.
Certa vez ela andava na rua rua, eu a seu lado,
Entrou em rota de colisão com um senhor engravatado.
Vai pra direita, ele vai pra direita.
Vai pra esquerda, ele vai pra esquerda.
VAI BATER, VAI BATER, VAI, VAI VAI!
Bateu.
Tia Laís, gorda de pés pequenos, começa a cair.
Agarra a gravata do pobre senhor que, franzino,
Não consegue sustentá-la. De forma hilária, os dois caem no chão.
Sempre faz sucesso, a história de minha tia Laís.

Ano - 2010; Sentados numa mesa, um grupode de pessoas conversa.
Eles compartilham os últimos vídeos que viram no youtube,
Fazem imitações do imitador da Marília Gabriela.
Tem aquele, por exemplo, do garoto que está dançando
Num carro ao som de "All the Single Ladies",
Quando seu pai diz a ele "You're not a single lady".
O garoto chora desesperadamente enquanto suas irmãs
Olham com um ar de desprezo para o pai.
Sempre faz sucesso, quando eu falo desse vídeo.

Saudade de quando as pessoas
Eram todas muito estranhas
Só por suas estranhezas,
Por suas estranhas façanhas...

Agora as pessoas são estranhas
Justo por não terem feito nada.
Tudo gente de plástico,
Tudo vivendo pra falar dos outros.

Todo mundo na vida a passeio...
As pessoas são todas muito estranhas.

sábado, 14 de agosto de 2010

Texdios 17

A voz vociferante do vento vadio
Sussurou sílabas sórdidas e sagradas
No vazio frio de um tempo sombrio.
Onde, paradas, se perderam as palavras.

O que tinha dito tal vento redentor,
Quer alguém tenha ouvisto ou visto seu clamor,
Aqui, não poderei jamais o transcrever,
Por menores pormenores do nosso ser.

Posso, no entanto, sussurar os dizeres
Sonorizando suavemente seu som
Que não tem ritmo certo, que dirá tom.

O vento disse pr'eu escrever um soneto;
Botar no papel seu canto ululante e errante,
Bem assim, da minha maneira claudicante.

sábado, 7 de agosto de 2010

Texdios 16

Paca tatu cotia
Dançando frevo no molhado
Digita, digita, digita,
Até cair o mal amado.
O bagulho é o lance
O lance é frenético
Digita o que pensa
Que o resto é
Cibernético
Não tem caô
Não tem know how
Não tem sentido
Não tem umbigo
Esse é o imponderável,
O magnifíco,
O único,
O TEXTO A JATO.

(...)

Não que ele seja bom
Não que ele tenha valor...
Mas como todo super-herói moderno
Ele luta contra as convicções de uma sociedade doente
Em busca de uma vida de hedonismos mascarados,
Em busca de ideais ilusórios de igualdade
Que não fazem sentido nem sequer para ele.

(...)

O Texto a Jato aguarda ansiosamente
No topo de um prédio vetusto
Que seu inimigo surja
Saindo das sarjetas imundas
Dessa cidade podre...
O Tubarão dos Esgotos.
Será esse seu verdadeiro nome?
Será que será?
Será que seria?
O que importa é que ele se aproxima...
O Conflito começa.
Um duelo como nunca d'antes visto,
Proporções épicas e mordidas colossais.
O Texto a Jato golpeia o Tubarão dos Esgotos
Com seus versos bárbaros de rimas brancas que não fazem o menor sentido para o leitor incauto
MAS QUE NA VERDADE TEM TODA UMA LÓGICA POR TRÁS DE SUA APARENTE RANDOMICIDADE.
Pow!
Acabou?
Jamais saberemos...
A luta dura por toda uma vida.
Toda uma eternidade de escolhas mal fadadas (hmm, bela palavra, o que será que significa?)
Jamais saberemos.

Sintonize na Rádio Orgia Matinal amanhã neste mesmo horário
Para saber o que se deu de nosso bravo herói.

Rádio Orgia Matinal, 169,3 FM.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Texdios 15

Tô afim de fazer alguma coisa.
Mas eu não sei bem dizer o que.
Envolve comer um pote de sorvete
Enquanto eu como um misto quente,
Deitado num sofá de conforto que eu não tenho
E vendo um programa de TV que não existe.
Acho que vou comer uma torrada,
Sentado no computador,
Enquanto eu estudo contrabaixo.
Ou então estudar contrabaixo
Enquanto eu vejo TV
E como uns biscoitos.
De uma forma ou de outra,
O que eu quero fazer agora
Envolve não produzir nada.
Há os que dirão que produzi,
Que produzi um texto.
Mentira!
Não produzi nada.
Primeiro, porque o texto já existia,
Mesmo antes d'eu escrever.
Segundo, porque o texto, mesmo escrito,
Não disse absolutamente nada.
Só o que você quiser entender...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Texdios 14

Amigo,
Eu queria ter você guardado num potinho
Pra esporrar nele todo dia,
E você, devagarinho,
Morrer afogado num mar branco de porra leitosa.

domingo, 18 de julho de 2010

Texdios 13

Hoje minha realidade foi abalada.
Tudo que eu tinha como certo e eterno
Desmoronou numa mata verde esbravejante
Que gritou a beleza da vida.
Apesar dos pesares
Apesar de todos os males
É bonita, essa nossa vida.
Um gesto singelo de coragem,
Uma pessoa fazendo a coisa certa,
É tudo que basta.
Uma simples ação.
Mil palavras não mudam
O que muda uma ação.
Mesmo que ela seja tão adolescente
Quanto pegar a mulher mais bonita da festa.
Mesmo que não seja você que tenha feito isso.
As coisas que mudam o mundo
Não são gestos heróicos, mas sim,
Ações estúpidas que desafiam o possível.
Ações que expandem o que você acreditava ser o limite.
'Gradicidíssimo, Sjöstedt.

domingo, 11 de julho de 2010

Texdios 12

O que as pessoas não sabem
É que a vida moderna
Bate em quatro por quatro.
Enquanto o coração,
Esse bate em cinco por oito...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

domingo, 4 de julho de 2010

Texdios 10

Eu queria ter um carro
Pra passear de madrugada.
Passar pela praia de ipanema
A setenta quilômetros por hora.
Mas por ora, basta poder escrever.
Basta olhar o céu, sentado na varanda.
Basta tocar um rock'n'roll com a minha banda.
Basta respirar.
Basta viver.

domingo, 27 de junho de 2010

Texdios 9

É que a lua não brilha tanto assim,
Sem suas palavras numa folha de marfim...
Sem o seu sussurro gorjeante,
Só meu jeito Claudicante...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Texdios 8

Acabei de ouvir o amor supremo...
Ainda não entendi bem o que aconteceu.
Só uma coisa, eu sei.
Foi lindo.
Faz algumas horas que eu ouvi,
Mas ainda assim, me sinto afetado.
Basta que eu pare de ouvir música,
Que vem a sensação de estar lá de novo.
Eu volto. Volto pr'aquela casa de shows.
Volto pro fim do show.
Pro momento em que o silêncio imperou
E eu tentei entender pela primeira vez
O que eu havia acabado de presenciar.
Você precisa de silêncio depois de ouvir
Uma coisa nesse gênero. Dessa magnitude.
Tem uma razão pra isso.
Eu acabei de ouvir todas as notas,
Todos os sons, que eu precisava ouvir.
Não restou nada pra ser dito ou tocado.
Depois do tudo, vem o nada...
Do som, o silêncio.
É que o tudo e o nada
São a mesma coisa.
Isso você só entende
No nada depois do tudo...
Nonada.
(...)
Travessia.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Texdios 7

Engraçado, as vezes a gente esquece as coisas.
Esquece das frases que a gente acha óbvias
E esquece nos momentos em que mais precisamos lembrar...
Que tudo é passageiro, tanto o bom quanto o mau...
Quando está tudo bem, é fácil. Você vê seu amigo, na sarjeta,
E diz: Isso também passará. Sábio pra caralho.
Daí vem a sua vez. Passa o bom, chega a tristeza.
Chegam os tempos difíceis, os tempos de aprender,
E cadê aquela sua frase, aquele seu saber?
Foi-se com a felicidade. É que o mundo acabou.
E o tempo passa, com ele passa a tristeza
E você volta a ser feliz, logo lembra da sua frase.
Mas dessa vez, você decide aproveitar.
Decide não esquecer.
Decidi escrever.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Texdios 6

Ando pensando...
Na validade de escrever um texto.
Porque... qual a sua intensão?
Convencer alguém de alguma coisa?
Botar pra fora os seus leões?
Texto é muito perigoso.
Primeiro, porque qualquer um escreve
O que bem entender.
Segundo, porque qualquer um lê
O que bem entender.
Exemplos, temos vários.
A comunicação é muito falha.
Meu mano J.C. que o diga...
Vê lá o que fizeram com as
Coisas bonitas que ele falou.
Por que eu continuo escrevendo?
Eu escrevo pra mim e pra mim só.
Deixo aqui, porque estimula.
Dá mais vontade de fazer texto.
Acho tão gostoso, escrever.
Que os outros entendam o que quiserem,
Já que, como dizia uma pessoa,
Tudo vale a pena se a alma não é pequena.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Texdios 5

As vezes a gente faz texto bonito...
Dá até gosto de ler.
Eu gostei muito daquele meu,
Aquele bem sofrido lá do começo.
Não é nem o conteúdo.
É a forma, eu achei tão elegante.
O som... não sei pra vocês:
Pra mim soa que nem música.
O jeito todo de assim se ler...
Sô só eu só?
Esse cá de baixo é feio.
Meio desabafo, não soa, não progride.
Vai indo, ficando puto e bravo,
Só cresce, cresce, cresce
E acaba assim.
Do nada.
Falta poesia nele...
Raiva não serve pra fazer arte...
Só serenidade.
Serenidade e tristeza.
Alegria.
Alegria e ironia também dá,
Fica legal... mas outro clima.
Outra onda.
Shhhhiuá,shhhhiuá...

Texdios 4

Hoje eu vou escrever sobre as dorgas.
Eu sou contra as drogas. Todas.
Álcool, cigarro, maconha, crack, heroína e etc.
Eu acho que assim... se você precisa distorcer a realidade
Pra que ela fique boa... bem, a sua vida é uma merda.
Mas também não vou ser radical com a vida dos outros.
As decisões que eu tomo na minha vida são de minha alçada,
As que você toma na sua, são de sua alçada.
Por isso, se você quer usar uma distorção ocasional,
Assim como num solo de guitarra,
Fique a vontade.
Lembrem só de não prejudicar os outros com isso...
Respeitar que, assim como você gosta de ficar doidão,
Com os olhos feito um vulcão,
A narina em carne viva,
A veia saltando de emoção,
Eu gosto de ficar na minha, tranquilão.
Numa boa, curtindo um batidão.
Sem estar doido.
Porra, se um amigo seu quiser parar de fumar
Dê apoio pra ele! Não joga fumaça na cara dele, caceta.
Não faz cara de feliz quando ele diz que vai fumar só dessa vez.
Cacete, por que eu tenho de dizer essas coisas pra você?
Você é burro nesse nível? Justo você, que se acha tão sabido?
Acorda, mongolóide! Vocẽ - está - doidão!
Você não distingue mais a realidade da ficção...
A ficção de que ser feliz é se divertir,
Que tudo fica melhor chapado.
É tudo uma mentirinha que a maconha contou pra você.
Sabe aquela outra, de que você pára quando quiser?
Pois é, mentirinha... pára porra nenhuma.
Quem vai parar sou eu.
Parar de escrever aqui, que já tô ficando puto...
Á É Í Ó
Á É Í Ó
Á É Í Ó
Á

sábado, 12 de junho de 2010

Texdios 3

Ê, vê lá... fim do dia dos namorados.
Mais um que eu passo solteiro.
Engraçado, hoje isso não tá me incomodando.
Eu tô bem tranks, até.
Curtindo o batidão que tá rolando aqui do lado de casa...
Volume máximo. Som a pino.
Uma merda.
Nem tô no pique de escrever, isso deve deixar o texto bem pequeno.
Espero que a galere vá bem amanhã na prova...
Tá rolando um samba bem legal aqui do lado, queria ir, mas nem rola.
Muito tarde já, e a preguiça tá batendo.
Beigos.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Texdios 2

Hoje eu tô meio deprê.
Deprê de assim... sabe? Tem ninguém lá.
Ninguém que dê pra... dar um abraço, não sei.
Ficá junto, só. Entende?
A sensação que eu tenho é de que a noite a gente se liberta.
De dia, comanda a massa, a multidão. Eles escolhem o que toca...
A noite, não. A noite tem menos público, dá pra experimentar.
Dá pra fazer o que você quiser no calado da noite.
Tocar jazz, assaltar, escrever texto, sentir só.
Sentir só. Toda a noite me dá essa sensação...
Eu tento mudar de assunto, enrolar. Mas eu quero falar disso.
Tem tempo já, eu procuro com quem ficar. Mas ninguém vale...
Vale, assim, quem não gosta de mim. Quem não quer nada comigo.
É normal do ser humano, isso, né? Querer quem não te quer.
Acho que é... Por isso namoro não dá certo.
Duas pessoas se querendo, assim, simultâneo?
Não dá. Não existe.
Tem lei natural que previne isso.
Deve ter...
Se não há, há de se criar...
Pra deixar fixo, sabe?
Song, song, song, sing,
Sing, sing, sing, song...

Texdios 1

A vontade agora é de escrever. Nada mais.
Bater no teclado, não importa o que... qualquer coisa, na realidade.
O começo de um romance? O fim de um poema? Não interessa...
Interessa a sensação das teclas batendo nos dedos, é uma boa sensação.
Acho que é por causa dela que eu fico tanto no computador...
Dá gosto digitar. É agradável, natural já. O problema é ter conteúdo.
Mas conteúdo as vezes não importa, as vezes importa a forma.
Falta do que dizer nunca foi problema pros grandes vendedores.
Por que seria pra mim? Ah é, porque eu tento ser artista.
Artista. Tem gente que acha que artista é importante, especial.
Eu digo: artista é que nem todo mundo, a diferença é que ganha notoriedade
e só é reconhecido como artista quem é grande artista.
Médico ruim ainda é médico, mas artista ruim não é artista.
Advogado ruim é adevogado, artista ruim é alcóolatra,
vagabundo, mendigo, poetero, tocadô de violão blém-blém.
Ator ruim é pastor.
Pintor ruim é vendedor de quadro de rua.
Cineasta ruim faz aquelas propagandas da Colgate.
Escritor ruim aparece em bar vendendo poesias sobre ursos e tanques de guerra.
Músico ruim mora no porão dos pais, tem quarenta anos e uma banda de rock que nunca estourou.
Acaba que quando você vai escrevendo você acaba ganhando assunto.
Podia ser assim numa conversa...
Você fala do tempo, ê diazin'.
Aí acaba. Você fica olhando o seu companheiro de papo, desvia o olho.
Os dois ficam com cara de tacho enquanto pensam num papo.
Mas acho que eu me precipitei.
Esse texto é igualzinho a um diálogo, só que eu tenho mais tempo pra pensar e escrever.
Aí não parece tão idiota.
Até porque, esse texto é um diálogo d'eu falando com meu-eu do passado.
Passado que foi lá que eu escrevi o texto com o qual eu tô falando, que sô eu.
Tanto que de começo, falei nada. Prolixei um pouco até pegar no embalo.
Embalei num assunto, assuntei e assuntei até acabar o assunto...
Aí eu apelei pra metalingüagem. Comecei a falar do texto no texto.
E cá estou.
Pá pá
P.
á