quarta-feira, 2 de junho de 2010

Texdios 1

A vontade agora é de escrever. Nada mais.
Bater no teclado, não importa o que... qualquer coisa, na realidade.
O começo de um romance? O fim de um poema? Não interessa...
Interessa a sensação das teclas batendo nos dedos, é uma boa sensação.
Acho que é por causa dela que eu fico tanto no computador...
Dá gosto digitar. É agradável, natural já. O problema é ter conteúdo.
Mas conteúdo as vezes não importa, as vezes importa a forma.
Falta do que dizer nunca foi problema pros grandes vendedores.
Por que seria pra mim? Ah é, porque eu tento ser artista.
Artista. Tem gente que acha que artista é importante, especial.
Eu digo: artista é que nem todo mundo, a diferença é que ganha notoriedade
e só é reconhecido como artista quem é grande artista.
Médico ruim ainda é médico, mas artista ruim não é artista.
Advogado ruim é adevogado, artista ruim é alcóolatra,
vagabundo, mendigo, poetero, tocadô de violão blém-blém.
Ator ruim é pastor.
Pintor ruim é vendedor de quadro de rua.
Cineasta ruim faz aquelas propagandas da Colgate.
Escritor ruim aparece em bar vendendo poesias sobre ursos e tanques de guerra.
Músico ruim mora no porão dos pais, tem quarenta anos e uma banda de rock que nunca estourou.
Acaba que quando você vai escrevendo você acaba ganhando assunto.
Podia ser assim numa conversa...
Você fala do tempo, ê diazin'.
Aí acaba. Você fica olhando o seu companheiro de papo, desvia o olho.
Os dois ficam com cara de tacho enquanto pensam num papo.
Mas acho que eu me precipitei.
Esse texto é igualzinho a um diálogo, só que eu tenho mais tempo pra pensar e escrever.
Aí não parece tão idiota.
Até porque, esse texto é um diálogo d'eu falando com meu-eu do passado.
Passado que foi lá que eu escrevi o texto com o qual eu tô falando, que sô eu.
Tanto que de começo, falei nada. Prolixei um pouco até pegar no embalo.
Embalei num assunto, assuntei e assuntei até acabar o assunto...
Aí eu apelei pra metalingüagem. Comecei a falar do texto no texto.
E cá estou.
Pá pá
P.
á

3 comentários:

  1. Não concordo. Está desmerecendo o trabalho das pessoas.. Não necessariamente o publicitário que faz a propaganda da colgate era ou tentou ser um cineasta ou sei lá..
    Sem contar que a vida é difícil, sabe?
    Como eu já tinha dito: acho que se sua intenção era dizer que as pessoas veem assim, então deveria ter dito, por exemplo, Músico QUE NÃO FOI RECONHECIDO mora no porão dos pais, tem quarenta anos e uma banda de rock que nunca estourou.
    Porque eu e você sabemos que muito músico ruim estourou e muito músico bom ta ai tocando nas esquinas de ipanema em busca de um trocado. Falo mesmo.

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  2. Devo dizer q concordo com o Alterego...
    a família Restart ta aí pra provar q naum precisa ser musico bo pra fazer suceso... infelizmente

    mas o testo fico legal!
    especialmente o final!

    Pá pá
    P.
    á

    =]

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