quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Texdios 29

Um texto é tão grande
Quanto seu leitor.
Não importa em nada
O que o autor quer...
Cabe a cada um
Procurar no texto
O melhor que nele há.
Daí vem o problema:
Há os subjetivos
E os objetivos;
Cada um deles
Valorizando coisas opostas.
Há também os mestres:
Aqueles que se adequam ao texto.
Na esperança de melhor entendê-lo,
Deixam-se levar pela sua proposta
Sem preconceitos de forma alguma.
Eu bem que queria ser um mestre,
Achar o que há de melhor em cada um.
Tô bem longe disso.
Eu tenho um preconceito
De formação instantânea,
A capacidade de achar
O que há de pior em cada um.
C'est la vie...
Elle est toujour aussi
Déjà on fait
Au revoir.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Texdios 28

Só pra deixar registrado
Que eu quero desesperadamente
Fazer alguma coisa.
Pois, vou buscar minhas raízes:
Achar o Portugal mago e pessoal;
Brincar um pouco com isso
E depois largar o osso...
Se não vira caricatura
E o trabalho que eu quero fazer agora
Há de ser sério.
Nem Severino,
Nem Sebastião.
Quero lembrar
Como faz pra Claudicar.
Dinminzinzim
Só meud'eueu...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Texdios 27

Tenho comido muito ultimamente.
Andei pensando... por quê?
Pura gula.
Comer é bom pra caralho...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Texdios 26

Escrevinhar uma coisa bonita,
Uma coisa sentida...
Daquelas que tocam o fundo da alma.
Tem tempo já que não escrevo assim,
Só pra você e pra mim...
Coisa nossa, de nós dois,
Que não fala de bobagem.
É que a vida é um pêndulo;
Subjetivo, objetivo...
O segredo é equilibrar,
Parar bem no meio.
Eu ainda não consigo,
Nem sei se vou conseguir...
Mas isso é o de menos.
O que importa agora é você,
Não eu.
E fica difícil escrever;
Eu fico piegas do seu lado.
Falando tudo que já foi falado...
Mas não é por falta do que dizer!
É coisa de só agora entender
O que diziam os grandes dizedores,
Falaram os famosos oradores.
Vou acabar assim, então,
Meio piegas, meio clichê,
Só pra poder dizer
Que eu amo muito,
Muito mesmo, você!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Texdios 25

Você comeu o cu dela, cara?
Pô, não se fala dessas coisas...
Deixa de bobagem, comeu ou não comeu?
Comi.
Por que você fez isso, cara?
Ah, brother... sei lá.
Qual é o apelo de comer um cu?
É que tipo...
Você sabe que tá botando o pau na merda, não sabe?
Tipo, eu já tinha comido minha namorada em todas as posições,
De todas as formas possíveis!
Tentei até comer de cabeça pra baixo,
Mas não rolou.
Daí sobrou o cu...
Exatamente, sobrou o cu.
É que nem no Diddy Kong Racing;
Depois que você terminar o jogo
Você joga tudo de novo só que ao contrário,
pegando os balões prateados.
Comi ela de todos os jeitos que já tinha comido,
Só que comendo o cu.
Você não podia ter sugerido um ménage?
...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Texdios 24

Tudo na vida é aprendizado,
Até debate político brasileiro.
O que eu e aprendi ontem,
Eu compreendi hoje, enquanto caminhava.
É a importância da voz,
Do som, de saber falar.
Agora, preste atenção,
Ouvinte meu, meu irmão,
No que eu vou dizer:
No momento, não me importa
O conteúdo de nossos
Companheiros políticos.
Importa a voz.
O som que eles emitiram.
As pessoas gostam de sons, assim...
Graves. Vozes graves e suaves.
É o primeiro passo pra ganhar uma eleição.
O segundo passo: Ritmo.
Ritmo é muito importante;
Com ritmo você mostra
Que sabe do que está falando.
Martin Luther King Jr.
O cara era puro ritmo,
Um dos maiores oradores da história.
Associada a tecitura da sua voz
E ao seu ritmo interno
Está a dicção.
Ter a capacidade
De falar todas as palavras
De forma que qualquer um
entenda o seu discurso.
Claro, pra que entendam o seu discurso
Você precisa escolher as palavras.
Simplicidade é a escolha certa.
Uma ou outra palavra rebuscada,
Isso vale, mas só pra mostrar erudição.
Mostrar que sabe, sabe?
Quando uma pessoa vê um debate político
E não entende lhufas do conteúdo;
Ela, consciente ou inconscientemente,
Vai votar no candidato
Com a fala mais musical.
Não acho isso um erro!
Você vê: Musicalidade é importante
Pra impor as suas idéias.
Há uma inversão de valores
Onde a caligrafia
É mais importante
Que o conteúdo!
A coisa é:
Ao invés de reclamar disso,
Aqueles que tem conteúdo
Deveriam aproveitar
Essa situação invertida.
Trabalhar a caligrafia,
Aprender a vender seu peixe.
Parece que os acessores
Prepararam mal a música
Dos seus políticos,
Ontem no debate.

É por isso que ofereço,
A partir de agora
E por tempo indeterminado,
Aulas de discurso!
Quem quiser aprender a falar,
Basta ligar!
2248-0085
- 01/10/2010 -

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Texdios 23

Meu bem, você não sabe que eu te amo?
Sei de sabição sabida...
De você me dizer volta e meia
Uma palavra bonita...
Mas saber de ser?
Isso eu não sei...
Amor, essas coisas só se sabe assim:
Sabido sabiado...
E nas épocas da cavalaria?
Dos dragões mortos e promessas...
Dessa época eu deixo a promessa:
Eu abriria mão de todos os boquetes
Do mundo pra poder falar com você.
Abre mão, agora.
Já abri.
Vê que justo agora, me ofereceram
Um boquete bem bacana
E eu recusei,
Pra conversar com você na cama.
Ó, meu amor, qual enorme prova!
De tal, mais não precisava...
Me consome agora, vou te dar uma chupada!
Querida, você me entende, você me entende!
Agora basta abrir o ziper da minha calça e...
Querida?
Onde você vai?
É que a promessa não cumprida,
Deixou aberta a ferida...
Vai-se embora no vento
A donzela fica ao relento...

E nunca mais hão de se falar!
Que fique de lição...
Não cumpra com o que não puder arcar...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Texdios 22

Bonito mesmo, é fazer coisa
Pelos amigos que a gente gosta...
Escrevinhar por escrevinhar,
Só vale a pena com gente pra gostar.

Se não, de que valem os lamentos?
De que vale a conquista?
O bom é dividir,
As dores e as vitórias...

Fazer algo pra alguém
Supera infinitamente
O que eu costumo fazer.
Isso é, escrever pra mim...

Por mais que não saia bom,
Por mais que não saia ruim,
Por mais que seja medíocre,
Batido, cafona, piegas...

Já valeu a pena,
Porque no meu esforço de
Fazer feliz quem eu gosto,
Eu é que me enfelicidei.

domingo, 12 de setembro de 2010

Texdios 21

Nasce uma árvore fremosa
No ar juvenil da primavera.
Cresce forte e exuberante,
Jovem e florida.

No verão, ela pega um bronze.
Fica toda assanhada, se mostrando.
A danada quer arrumar encrenca,
Quer tocar o furdúncio.

O que é isso, câncer?
Nada, é o outono,
Que vem tirar suas folhas,
Prepará-la pras agruras do inverno...

É que no inverno,
A árvore não tem sustento.
Tem de aguentar com o que ela tinha guardado,
Cortar fora o supérfulo.

Renasce uma árvore fremosa
No ar juvenil da primaveira.
Ainda mais forte e exuberante,
Com o espírito mais jovem.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Texdios 20

Tem gente que escreve
Pra todo mundo ler.
A impressão que me dá
É a de que eu escrevo pra duas pessoas.
Já disse que escrevia só pra mim;
Bobéia!
Escrevo pra quem quiser ler...
Mas quem quer ler?
Eu bem sei...
E quem lê,
Quem é que lê o que eu escrevi?
Não o que está escrito,
Mas o que eu de fato escrevi.
Quem é que lê
O que eu quis passar?
(Em oposição
Ao que quer escutar?)

Até onde eu sei,
Só duas pessoas...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Texdios 19

Que mindfuck tenso...
Dizem cá umas coisas,
Dizem lá outras...
E quem tem de dizer,
Eu não digo nada.

É que falar pros outros
Pr'eles fazerem as coisas
É sempre muito fácil.
Mas o que tem de acontecer,
Isso eu tenho de fazer.

Bobéia dizer, Chico tá certo.
Aja duas vezes antes de pensar...
O século XXI é o século da reclamação
O problema é que
Eu só reclamo disso.

E o pior:
O pior é ter insights profundos
Meia noite e vinte,
Um horário onde tudo que você pode fazer é
"Eu vou mudar amanhã."

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Texdios 18

As pessoas são todas muito estranhas...

Ano - 1990; Sentados numa mesa, um grupo de pessoas conversa.
Eles compartilham as experiências inusitadas de suas vidas,
Contam causos de pessoas peculiares que conheceram.
Tia Laís, por exemplo, que era gorda e desastrada.
Certa vez ela andava na rua rua, eu a seu lado,
Entrou em rota de colisão com um senhor engravatado.
Vai pra direita, ele vai pra direita.
Vai pra esquerda, ele vai pra esquerda.
VAI BATER, VAI BATER, VAI, VAI VAI!
Bateu.
Tia Laís, gorda de pés pequenos, começa a cair.
Agarra a gravata do pobre senhor que, franzino,
Não consegue sustentá-la. De forma hilária, os dois caem no chão.
Sempre faz sucesso, a história de minha tia Laís.

Ano - 2010; Sentados numa mesa, um grupode de pessoas conversa.
Eles compartilham os últimos vídeos que viram no youtube,
Fazem imitações do imitador da Marília Gabriela.
Tem aquele, por exemplo, do garoto que está dançando
Num carro ao som de "All the Single Ladies",
Quando seu pai diz a ele "You're not a single lady".
O garoto chora desesperadamente enquanto suas irmãs
Olham com um ar de desprezo para o pai.
Sempre faz sucesso, quando eu falo desse vídeo.

Saudade de quando as pessoas
Eram todas muito estranhas
Só por suas estranhezas,
Por suas estranhas façanhas...

Agora as pessoas são estranhas
Justo por não terem feito nada.
Tudo gente de plástico,
Tudo vivendo pra falar dos outros.

Todo mundo na vida a passeio...
As pessoas são todas muito estranhas.

sábado, 14 de agosto de 2010

Texdios 17

A voz vociferante do vento vadio
Sussurou sílabas sórdidas e sagradas
No vazio frio de um tempo sombrio.
Onde, paradas, se perderam as palavras.

O que tinha dito tal vento redentor,
Quer alguém tenha ouvisto ou visto seu clamor,
Aqui, não poderei jamais o transcrever,
Por menores pormenores do nosso ser.

Posso, no entanto, sussurar os dizeres
Sonorizando suavemente seu som
Que não tem ritmo certo, que dirá tom.

O vento disse pr'eu escrever um soneto;
Botar no papel seu canto ululante e errante,
Bem assim, da minha maneira claudicante.

sábado, 7 de agosto de 2010

Texdios 16

Paca tatu cotia
Dançando frevo no molhado
Digita, digita, digita,
Até cair o mal amado.
O bagulho é o lance
O lance é frenético
Digita o que pensa
Que o resto é
Cibernético
Não tem caô
Não tem know how
Não tem sentido
Não tem umbigo
Esse é o imponderável,
O magnifíco,
O único,
O TEXTO A JATO.

(...)

Não que ele seja bom
Não que ele tenha valor...
Mas como todo super-herói moderno
Ele luta contra as convicções de uma sociedade doente
Em busca de uma vida de hedonismos mascarados,
Em busca de ideais ilusórios de igualdade
Que não fazem sentido nem sequer para ele.

(...)

O Texto a Jato aguarda ansiosamente
No topo de um prédio vetusto
Que seu inimigo surja
Saindo das sarjetas imundas
Dessa cidade podre...
O Tubarão dos Esgotos.
Será esse seu verdadeiro nome?
Será que será?
Será que seria?
O que importa é que ele se aproxima...
O Conflito começa.
Um duelo como nunca d'antes visto,
Proporções épicas e mordidas colossais.
O Texto a Jato golpeia o Tubarão dos Esgotos
Com seus versos bárbaros de rimas brancas que não fazem o menor sentido para o leitor incauto
MAS QUE NA VERDADE TEM TODA UMA LÓGICA POR TRÁS DE SUA APARENTE RANDOMICIDADE.
Pow!
Acabou?
Jamais saberemos...
A luta dura por toda uma vida.
Toda uma eternidade de escolhas mal fadadas (hmm, bela palavra, o que será que significa?)
Jamais saberemos.

Sintonize na Rádio Orgia Matinal amanhã neste mesmo horário
Para saber o que se deu de nosso bravo herói.

Rádio Orgia Matinal, 169,3 FM.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Texdios 15

Tô afim de fazer alguma coisa.
Mas eu não sei bem dizer o que.
Envolve comer um pote de sorvete
Enquanto eu como um misto quente,
Deitado num sofá de conforto que eu não tenho
E vendo um programa de TV que não existe.
Acho que vou comer uma torrada,
Sentado no computador,
Enquanto eu estudo contrabaixo.
Ou então estudar contrabaixo
Enquanto eu vejo TV
E como uns biscoitos.
De uma forma ou de outra,
O que eu quero fazer agora
Envolve não produzir nada.
Há os que dirão que produzi,
Que produzi um texto.
Mentira!
Não produzi nada.
Primeiro, porque o texto já existia,
Mesmo antes d'eu escrever.
Segundo, porque o texto, mesmo escrito,
Não disse absolutamente nada.
Só o que você quiser entender...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Texdios 14

Amigo,
Eu queria ter você guardado num potinho
Pra esporrar nele todo dia,
E você, devagarinho,
Morrer afogado num mar branco de porra leitosa.

domingo, 18 de julho de 2010

Texdios 13

Hoje minha realidade foi abalada.
Tudo que eu tinha como certo e eterno
Desmoronou numa mata verde esbravejante
Que gritou a beleza da vida.
Apesar dos pesares
Apesar de todos os males
É bonita, essa nossa vida.
Um gesto singelo de coragem,
Uma pessoa fazendo a coisa certa,
É tudo que basta.
Uma simples ação.
Mil palavras não mudam
O que muda uma ação.
Mesmo que ela seja tão adolescente
Quanto pegar a mulher mais bonita da festa.
Mesmo que não seja você que tenha feito isso.
As coisas que mudam o mundo
Não são gestos heróicos, mas sim,
Ações estúpidas que desafiam o possível.
Ações que expandem o que você acreditava ser o limite.
'Gradicidíssimo, Sjöstedt.

domingo, 11 de julho de 2010

Texdios 12

O que as pessoas não sabem
É que a vida moderna
Bate em quatro por quatro.
Enquanto o coração,
Esse bate em cinco por oito...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

domingo, 4 de julho de 2010

Texdios 10

Eu queria ter um carro
Pra passear de madrugada.
Passar pela praia de ipanema
A setenta quilômetros por hora.
Mas por ora, basta poder escrever.
Basta olhar o céu, sentado na varanda.
Basta tocar um rock'n'roll com a minha banda.
Basta respirar.
Basta viver.

domingo, 27 de junho de 2010

Texdios 9

É que a lua não brilha tanto assim,
Sem suas palavras numa folha de marfim...
Sem o seu sussurro gorjeante,
Só meu jeito Claudicante...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Texdios 8

Acabei de ouvir o amor supremo...
Ainda não entendi bem o que aconteceu.
Só uma coisa, eu sei.
Foi lindo.
Faz algumas horas que eu ouvi,
Mas ainda assim, me sinto afetado.
Basta que eu pare de ouvir música,
Que vem a sensação de estar lá de novo.
Eu volto. Volto pr'aquela casa de shows.
Volto pro fim do show.
Pro momento em que o silêncio imperou
E eu tentei entender pela primeira vez
O que eu havia acabado de presenciar.
Você precisa de silêncio depois de ouvir
Uma coisa nesse gênero. Dessa magnitude.
Tem uma razão pra isso.
Eu acabei de ouvir todas as notas,
Todos os sons, que eu precisava ouvir.
Não restou nada pra ser dito ou tocado.
Depois do tudo, vem o nada...
Do som, o silêncio.
É que o tudo e o nada
São a mesma coisa.
Isso você só entende
No nada depois do tudo...
Nonada.
(...)
Travessia.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Texdios 7

Engraçado, as vezes a gente esquece as coisas.
Esquece das frases que a gente acha óbvias
E esquece nos momentos em que mais precisamos lembrar...
Que tudo é passageiro, tanto o bom quanto o mau...
Quando está tudo bem, é fácil. Você vê seu amigo, na sarjeta,
E diz: Isso também passará. Sábio pra caralho.
Daí vem a sua vez. Passa o bom, chega a tristeza.
Chegam os tempos difíceis, os tempos de aprender,
E cadê aquela sua frase, aquele seu saber?
Foi-se com a felicidade. É que o mundo acabou.
E o tempo passa, com ele passa a tristeza
E você volta a ser feliz, logo lembra da sua frase.
Mas dessa vez, você decide aproveitar.
Decide não esquecer.
Decidi escrever.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Texdios 6

Ando pensando...
Na validade de escrever um texto.
Porque... qual a sua intensão?
Convencer alguém de alguma coisa?
Botar pra fora os seus leões?
Texto é muito perigoso.
Primeiro, porque qualquer um escreve
O que bem entender.
Segundo, porque qualquer um lê
O que bem entender.
Exemplos, temos vários.
A comunicação é muito falha.
Meu mano J.C. que o diga...
Vê lá o que fizeram com as
Coisas bonitas que ele falou.
Por que eu continuo escrevendo?
Eu escrevo pra mim e pra mim só.
Deixo aqui, porque estimula.
Dá mais vontade de fazer texto.
Acho tão gostoso, escrever.
Que os outros entendam o que quiserem,
Já que, como dizia uma pessoa,
Tudo vale a pena se a alma não é pequena.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Texdios 5

As vezes a gente faz texto bonito...
Dá até gosto de ler.
Eu gostei muito daquele meu,
Aquele bem sofrido lá do começo.
Não é nem o conteúdo.
É a forma, eu achei tão elegante.
O som... não sei pra vocês:
Pra mim soa que nem música.
O jeito todo de assim se ler...
Sô só eu só?
Esse cá de baixo é feio.
Meio desabafo, não soa, não progride.
Vai indo, ficando puto e bravo,
Só cresce, cresce, cresce
E acaba assim.
Do nada.
Falta poesia nele...
Raiva não serve pra fazer arte...
Só serenidade.
Serenidade e tristeza.
Alegria.
Alegria e ironia também dá,
Fica legal... mas outro clima.
Outra onda.
Shhhhiuá,shhhhiuá...

Texdios 4

Hoje eu vou escrever sobre as dorgas.
Eu sou contra as drogas. Todas.
Álcool, cigarro, maconha, crack, heroína e etc.
Eu acho que assim... se você precisa distorcer a realidade
Pra que ela fique boa... bem, a sua vida é uma merda.
Mas também não vou ser radical com a vida dos outros.
As decisões que eu tomo na minha vida são de minha alçada,
As que você toma na sua, são de sua alçada.
Por isso, se você quer usar uma distorção ocasional,
Assim como num solo de guitarra,
Fique a vontade.
Lembrem só de não prejudicar os outros com isso...
Respeitar que, assim como você gosta de ficar doidão,
Com os olhos feito um vulcão,
A narina em carne viva,
A veia saltando de emoção,
Eu gosto de ficar na minha, tranquilão.
Numa boa, curtindo um batidão.
Sem estar doido.
Porra, se um amigo seu quiser parar de fumar
Dê apoio pra ele! Não joga fumaça na cara dele, caceta.
Não faz cara de feliz quando ele diz que vai fumar só dessa vez.
Cacete, por que eu tenho de dizer essas coisas pra você?
Você é burro nesse nível? Justo você, que se acha tão sabido?
Acorda, mongolóide! Vocẽ - está - doidão!
Você não distingue mais a realidade da ficção...
A ficção de que ser feliz é se divertir,
Que tudo fica melhor chapado.
É tudo uma mentirinha que a maconha contou pra você.
Sabe aquela outra, de que você pára quando quiser?
Pois é, mentirinha... pára porra nenhuma.
Quem vai parar sou eu.
Parar de escrever aqui, que já tô ficando puto...
Á É Í Ó
Á É Í Ó
Á É Í Ó
Á

sábado, 12 de junho de 2010

Texdios 3

Ê, vê lá... fim do dia dos namorados.
Mais um que eu passo solteiro.
Engraçado, hoje isso não tá me incomodando.
Eu tô bem tranks, até.
Curtindo o batidão que tá rolando aqui do lado de casa...
Volume máximo. Som a pino.
Uma merda.
Nem tô no pique de escrever, isso deve deixar o texto bem pequeno.
Espero que a galere vá bem amanhã na prova...
Tá rolando um samba bem legal aqui do lado, queria ir, mas nem rola.
Muito tarde já, e a preguiça tá batendo.
Beigos.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Texdios 2

Hoje eu tô meio deprê.
Deprê de assim... sabe? Tem ninguém lá.
Ninguém que dê pra... dar um abraço, não sei.
Ficá junto, só. Entende?
A sensação que eu tenho é de que a noite a gente se liberta.
De dia, comanda a massa, a multidão. Eles escolhem o que toca...
A noite, não. A noite tem menos público, dá pra experimentar.
Dá pra fazer o que você quiser no calado da noite.
Tocar jazz, assaltar, escrever texto, sentir só.
Sentir só. Toda a noite me dá essa sensação...
Eu tento mudar de assunto, enrolar. Mas eu quero falar disso.
Tem tempo já, eu procuro com quem ficar. Mas ninguém vale...
Vale, assim, quem não gosta de mim. Quem não quer nada comigo.
É normal do ser humano, isso, né? Querer quem não te quer.
Acho que é... Por isso namoro não dá certo.
Duas pessoas se querendo, assim, simultâneo?
Não dá. Não existe.
Tem lei natural que previne isso.
Deve ter...
Se não há, há de se criar...
Pra deixar fixo, sabe?
Song, song, song, sing,
Sing, sing, sing, song...

Texdios 1

A vontade agora é de escrever. Nada mais.
Bater no teclado, não importa o que... qualquer coisa, na realidade.
O começo de um romance? O fim de um poema? Não interessa...
Interessa a sensação das teclas batendo nos dedos, é uma boa sensação.
Acho que é por causa dela que eu fico tanto no computador...
Dá gosto digitar. É agradável, natural já. O problema é ter conteúdo.
Mas conteúdo as vezes não importa, as vezes importa a forma.
Falta do que dizer nunca foi problema pros grandes vendedores.
Por que seria pra mim? Ah é, porque eu tento ser artista.
Artista. Tem gente que acha que artista é importante, especial.
Eu digo: artista é que nem todo mundo, a diferença é que ganha notoriedade
e só é reconhecido como artista quem é grande artista.
Médico ruim ainda é médico, mas artista ruim não é artista.
Advogado ruim é adevogado, artista ruim é alcóolatra,
vagabundo, mendigo, poetero, tocadô de violão blém-blém.
Ator ruim é pastor.
Pintor ruim é vendedor de quadro de rua.
Cineasta ruim faz aquelas propagandas da Colgate.
Escritor ruim aparece em bar vendendo poesias sobre ursos e tanques de guerra.
Músico ruim mora no porão dos pais, tem quarenta anos e uma banda de rock que nunca estourou.
Acaba que quando você vai escrevendo você acaba ganhando assunto.
Podia ser assim numa conversa...
Você fala do tempo, ê diazin'.
Aí acaba. Você fica olhando o seu companheiro de papo, desvia o olho.
Os dois ficam com cara de tacho enquanto pensam num papo.
Mas acho que eu me precipitei.
Esse texto é igualzinho a um diálogo, só que eu tenho mais tempo pra pensar e escrever.
Aí não parece tão idiota.
Até porque, esse texto é um diálogo d'eu falando com meu-eu do passado.
Passado que foi lá que eu escrevi o texto com o qual eu tô falando, que sô eu.
Tanto que de começo, falei nada. Prolixei um pouco até pegar no embalo.
Embalei num assunto, assuntei e assuntei até acabar o assunto...
Aí eu apelei pra metalingüagem. Comecei a falar do texto no texto.
E cá estou.
Pá pá
P.
á